Inovação feminina na ciência é destaque em roda de conversa sobre sustentabilidade e mudanças climáticas - Apta Regional
Inovação feminina na ciência é destaque em roda de conversa sobre sustentabilidade e mudanças climáticas

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), em parceria com a Ambipar, promove no dia 26 de março de 2025, às 13h30, o evento Mulheres na Ciência – O Futuro da Sustentabilidade Ambiental. Entre os destaques da programação está o tema “Arranjos Produtivos Sustentáveis e os mecanismos de incentivo e recompensa para produtores envolvidos na restauração florestal”, que será abordado pela pesquisadora Maria Teresa Abdo, da Apta Regional de Pindorama, instituição de pesquisa vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Realizado na Estação CCR das Artes, em São Paulo, o encontro apresenta pesquisas inovadoras lideradas por mulheres na área de sustentabilidade e restauração ambiental, com foco nas mudanças climáticas. O evento é uma oportunidade para conhecer avanços científicos e tecnológicos, além de discutir o protagonismo feminino na ciência.
A Apta Regional de Pindorama abriga a Reserva Biológica de Pindorama, com 144 hectares de mata protegida (Lei 4960/1986) e que formam a Reserva Biologica de Pindorama. Esse espaço promove uma interface essencial entre produção e sustentabilidade, sendo palco de diversos estudos científicos. Projetos realizados na reserva resultaram em publicações relevantes, incluindo levantamentos de fauna e flora regional para publicações como do projeto Biota da Unesp de São José do Rio Preto. “Essas iniciativas reforçam a preservação e pesquisa ambiental e ampliam o conhecimento sobre a biodiversidade local”, destaca Abdo.
Trajetória científica
Abdo relembra sua atuação em projetos de restauração desde 1998, quando participou de um projeto Fapesp que sistematizou o solo, na época Estação Experimental de Pindorama. O projeto restaurou uma voçoroca com açudes, revegetou áreas com sistemas agroflorestais e conectou fragmentos de mata por um Corredor Ecológico, promovendo conservação e biodiversidade. O projeto também mediu o sequestro de carbono na área, com resultados apresentados em conferências no Brasil e no exterior. “Atualmente a área está inscrita para manejo e plantio de cacau do Programa Cacau SP”, enfatiza Abdo.
As ações deste projeto foram publicadas na Revista Internacional Ecological Restoration que é coordenada pela Society for Ecological Restoration (SER), e apresentado na Conferência Anual em Ecologia Tropical sobre Biodiversidade, Ecologia e Uso de solo na Alemanha e no Congresso Mundial de Sistema Agroflorestal na Índia e em Montpellier na França. “Até hoje participamos com o trabalho em todos os congressos mundiais de agroflorestal”, ressalta Abdo.
Em 2009, a implantação de agrofloresta no Instituto Penal Agrícola de São José do Rio Preto, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e a Secretaria de Segurança do estado de São Paulo, foi premiada como melhor trabalho no VII Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais. Esse reconhecimento garantiu ao grupo uma bolsa para apresentar o projeto em Nairóbi, Quênia, pelo Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (ICRAF).
Com o projeto “Capacitação para Produção de Mudas e Fomento de Projetos de Reflorestamento”, foi possível reformar o viveiro da unidade e produzir mudas nativas, “além de capacitar mais de 300 participantes de 22 municípios em práticas de restauração ambiental. Essa ação representou o Brasil no VIII Fórum Mundial da Água (2018) e foi premiada no Diálogo Interbacias.”
Abdo detalhou ainda que a Apta Regional de Pindorama, em parceria com o Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) e apoio Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag), promove iniciativas inovadoras de reflorestamento com impacto regional e internacional, utilizando técnicas como reflorestamento com mudas e semeadura direta (muvuca de sementes). O projeto está implantando a restauração de 68 hectares em áreas de preservação permanente nos municípios de Olímpia e Nova Granada-SP, O projeto tambem prevê o fomento a capacitação para coleta e produção de sementes nativas, atendendo à crescente demanda no Estado e incentivando atividades econômicas sustentáveis. Nesse contexto realizou o I Encontro de Restauração Florestal do Noroeste Paulista onde foi lançado I Caderno de Restauração com informação de 56 espécies nativas. A publicação uniu pesquisadores da APTA, USP, EMBRAPA , UNESP, UNIARA e UFSCar e mais de 200 participantes puderam degustar um cardapio pautado em espécies nativas.
Com o projeto Fehidro 2021-TG-562, unidades demonstrativas de revegetação estão sendo implantadas com sistemas agroflorestais junto a produtores locais.
Outros destaques incluem projetos Fapesp na área de modelagem matemática que foi desenvolvido dentro do Programa Conexão Mata Atlântica e que possibilitou a participação de varios pesquisadores no evento da Rede Europeia de Sistemas Agroflorestais (EURAF). Esse projeto teve parte de suas ações Vale do Paraíba junto com o Polo da Apta Regional de Pindamonhangaba onde o pesquisador Antonio Devide vem realizando um importante trabalho com sistemas agroflorestais junto a Rede Agroflorestal do Vale do Paraíba e outros produtores. Particularmente esse projeto contribuirá no cálculo de sequestro de carbono por modelos produtivos com espécies arbóreas nativas e contribuirá para a implantação de políticas públicas que possam favorecer produtores na adoção de modelos de produção sustentaveis futuros mediante pagamento por serviços ambientais. Num futuro proximo essa metodologia será aplicada às culturas como a seringueira e urucum que podem ser remuneradas pelo estoque de carbono ao longo do tempo além da produção que oferecem ao produtor.
Apta Regional
A Apta Regional, Instituição de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo – ICTESP – é uma das sete instituições de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA). São 18 Unidades Regionais de Pesquisa e Desenvolvimento no estado de São Paulo, nas áreas de agronomia, zootecnia, pesca continental, sanidade vegetal, sanidade animal, agregação de valor em produtos de origem animal e vegetal, sistemas integrados de produção e segurança alimentar. Considerada o maior hub descentralizado de pesquisa do agronegócio, com soluções tecnológicas aplicadas na agricultura e na pecuária paulista, focadas nas peculiaridades locais e regionais, atendendo as necessidades das cadeias produtivas do agro.
Por
Lisley Silvério (MTb. 26.194)
lsilverio@sp.gov.br
Diretora do Departamento de Comunicação Regional – SAA
Assessora de Imprensa e Comunicação Institucional